Matéria do dia 6 de outubro de 2015
Grandes cantadores baianos fizeram no último dia 04 de outubro, no bar “Pau no Gato”, no Largo da Batata em Pinheiros (futura Praça Dominguinhos), na capital paulista, uma bela homenagem ao aniversário de 514 anos do Rio São Francisco. O projeto “Filhos do Velho Chico” teve seu início em Junho de 2015 no restaurante “Grande Sertão”, em Salvador e segue nos circuitos culturais na terra da garoa e por vários estados.
A homenagem ao Velho Chico em São Paulo, contou com a participação dos cantadores baianos: Joab Morais, Nininho Tomás, Vavá do Bexiga, Pedro Sampaio, Vidal França e Lucas Vasconcelos e dos músicos paraíbanos Jucélio Amaro e do grande repentista Sebastião Marinho. A apresentação ficou por conta da jornalista Rosângela Byanchi.
O rio São Francisco passa por 5 estados e 521 municípios é um dos maiores tesouros das cidades de Juazeiro/BA e Petrolina/PE, afinal, como diz a canção, “às margens do São Francisco nasceu a beleza”. O rio São Francisco é também o maior responsável pela prosperidade de suas áreas ribeirinhas compreendidas pela dominação de Vale do São Francisco, onde cidades experimentaram maior crescimento e progresso como Petrolina em Pernambuco e Juazeiro na Bahia devido a agricultura irrigada. Essa região apresenta-se atualmente como a maior produtora de frutas tropicais do país, recebendo atenção especial, também, a produção de vinho, em uma das poucas regiões do mundo que obtêm duas safras anuais de uvas.
Sua importância é tal que a Globo está fazendo uma novela intitulada “Velho Chico’, em fase de preparação, e terá a sua trama recheada de dados da realidade da bacia do São Francisco, retratando não só os problemas como, sobretudo, as ações positivas em andamento nas quatro regiões fisiográficas da bacia.
Buscando mais autenticidade para a trama, a autora Edmara Barbosa (filha do escritor Benedito Ruy Barbosa) se reuniu na última semana setembro, em São Paulo, com representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), para buscar mais informações sobre o rio e o cotidiano das populações ribeirinhas, bem como revelando o ponto de vista do colegiado sobre a difícil problemática atual do Velho Chico, onde pontifica a crise hídrica. O folhetim, segundo especulações, pode ter o Vale do São Francisco (provavelmente Petrolina e Juazeiro) como cenário para as locações.
Sobre o Rio São Francisco: O ‘Rio da Unidade Nacional’ ou carinhosamente ‘Velho Chico’, é o maior genuinamente brasileiro, e foi descoberto em 1501, por uma expedição de Américo Vespúcio. O rio era visitado apenas nas cercanias da foz, pois a mata, a caatinga desconhecida e as tribos ferozes impediam os brancos de penetrar na terra. O rio recebeu o nome de São Francisco, dia do santo comemorado no dia 04 de outubro. A data foi festejada pelos índios kariri-xocó do município ribeirinho de Porto Real do Colégio. Com os corpos pintados, eles dançaram o toré em homenagem ao Velho Chico.
A transposição do rio São Francisco se refere ao antigo projeto de transposição de parte das águas do rio São Francisco, nomeado pelo governo brasileiro como “Projeto de Integração do rio São Francisco com Bacias Hidrográficas do Nordeste Setentrional”.
O ponto polêmico no projeto tem como base o fato de ser uma obra cara e que, supostamente, abrangeria apenas 5% do território e 0,3% da população do semiárido brasileiro e que afetaria intensamente o ecossistema ao redor de todo o rio São Francisco. Há também o argumento de que essa transposição só iria beneficiar os grandes latifundiários nordestinos pois grande parte do projeto passa por grandes fazendas e os problemas com a seca no Nordeste não seriam solucionados.